O Microsoft Excel, lançado em 1985, revolucionou a forma como o mundo corporativo organiza e analisa dados. Com mais de 750 milhões de usuários em todo o mundo, ele continua a ser uma ferramenta essencial em diversas indústrias. No entanto, com o avanço da tecnologia e o surgimento de novas demandas, especialmente em relação à colaboração em tempo real e uso em dispositivos móveis, a pergunta que muitos fazem é: será que o Excel está com os dias contados?
O impacto histórico do Excel
O Excel moldou a maneira como as empresas gerenciam informações. Em 2021, estima-se que mais de 80% das empresas ao redor do mundo utilizem o Excel de alguma forma. Sua versatilidade permite a criação de planilhas, gráficos, dashboards e análises complexas. No entanto, para muitos, o software se tornou robusto demais e nem sempre oferece a flexibilidade que os tempos modernos exigem.
O problema das limitações do Excel
Embora seja um gigante das planilhas, o Excel apresenta limitações no cenário atual. Estudos mostram que 88% das planilhas corporativas contêm erros, o que pode ter impactos catastróficos em decisões baseadas nesses dados. Além disso, à medida que o mundo se torna cada vez mais conectado, o Excel apresenta desafios em ambientes que exigem colaboração em tempo real, especialmente com equipes remotas. Ferramentas como Google Sheets já resolveram parcialmente esse problema, mas não são adequadas para todas as corporações.
Além disso, a integração com outros softwares muitas vezes não é intuitiva, exigindo soluções externas ou processos manuais que podem ser demorados e caros.
O crescimento das plataformas no-code e low-code
Ferramentas no-code e low-code, como Airtable, Monday.com, e Bubble, estão preenchendo essas lacunas deixadas pelo Excel. Entre 2021 e 2023, o mercado de plataformas no-code/low-code cresceu cerca de 30% ao ano e deve atingir US$ 45,5 bilhões até 2025, segundo a Gartner. Essas ferramentas permitem que qualquer pessoa crie aplicações sem conhecimento em programação, e oferecem soluções mais ágeis, colaborativas e integradas com diversas plataformas, algo que o Excel, em sua essência, não oferece.
Com mais de 75% das empresas adotando tecnologias no-code/low-code para acelerar a transformação digital, essas plataformas estão se tornando as principais soluções para equipes de TI e operações, permitindo que o desenvolvimento de ferramentas e aplicativos internos seja feito em questão de dias, ao invés de semanas ou meses.
A resposta da própria Microsoft: Power Apps
Apesar do avanço das ferramentas no-code/low-code, a Microsoft não está disposta a perder espaço nesse mercado. Para empresas que buscam soluções integradas e flexíveis dentro do ecossistema da Microsoft, a empresa oferece o Power Apps, sua própria plataforma de desenvolvimento low-code.
O Power Apps permite que empresas construam aplicativos personalizados sem a necessidade de contratar desenvolvedores externos, mantendo a segurança e a integração com o restante do pacote Microsoft 365. Com mais de 500 mil organizações utilizando Power Apps, a Microsoft está focada em oferecer às empresas as ferramentas que precisam sem forçá-las a sair de seu ecossistema.
Por que muitas empresas ainda preferem a Microsoft?
Muitas empresas, especialmente as grandes corporações, limitam o uso de softwares que não fazem parte do ecossistema Microsoft, por questões de segurança, compliance e suporte técnico integrado. O Power Apps é uma solução que oferece o melhor dos dois mundos: a flexibilidade do desenvolvimento no-code, com a robustez e segurança que as corporações esperam de uma solução Microsoft.
Além disso, ao integrar o Power Apps com o Power BI, Dynamics 365 e o Azure, a Microsoft oferece um pacote completo de soluções empresariais que vai além das limitações do Excel. Isso permite que as empresas criem soluções sob medida para suas necessidades, sem perder a conexão com outras ferramentas já adotadas em larga escala.
O futuro: uma substituição inevitável?
O Excel, apesar de suas limitações, continuará a ser uma ferramenta relevante por muitos anos. No entanto, à medida que as empresas demandam soluções mais colaborativas e acessíveis, é provável que o uso do Excel diminua em favor de plataformas no-code e low-code, como o Power Apps da própria Microsoft.
Com a previsão de que 65% de todas as aplicações empresariais serão desenvolvidas em plataformas low-code/no-code até 2024, segundo a Forrester, as empresas que não começarem a se adaptar a essa mudança tecnológica podem ficar para trás.
Conclusão
O Excel já desempenhou um papel vital no mundo dos negócios e continuará a ser uma ferramenta relevante para tarefas específicas. No entanto, para atender à crescente demanda por soluções mais ágeis, colaborativas e acessíveis, as plataformas no-code e low-code estão tomando o lugar do Excel em muitos setores. E a Microsoft, com seu Power Apps, já está pavimentando o caminho para essa transição, garantindo que suas soluções corporativas continuem relevantes em um mundo cada vez mais digital.